Salt

Salt

O suspense "Salt" estreia no Brasil nesta sexta-feira e marca a volta de Angelina Jolie às telas em trama que, às vésperas de seu lançamento, ganhou força com acontecimentos da vida real.
No filme, a atriz vive a personagem Evelyn Salt, agente da CIA perseguida após a acusação de ser uma espiã russa infiltrada no serviço secreto de inteligência dos Estados Unidos.

Com sequências de ação à la Jason Bourne e atuação convincente de Jolie (que teria dispensado dublês até nas cenas mais perigosas), o longa por pouco não teve seu roteiro engavetado.
Os motivos eram vários: o orçamento (“Salt” custou US$ 75 milhões), a recusa de Tom Cruise para viver o papel principal (ele preferiu estrelar "Encontro explosivo", fazendo o personagem Edwin virar Evelyn após a contratação de Jolie) e a resistência de estúdios hollywoodianos em levar o projeto à frente.
trama de "Salt", que reacende a rivalidade EUA x Rússia da Guerra Fria, parecia pouco atual aos olhos dos chefões da indústria cinematográfica, até que ganhou uma forcinha dos acontecimentos do mundo real.
Na última semana de junho, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou a prisão de dez espiões que estavam no país a serviço da Rússia. O caso acabou resolvido em acordo entre as duas nações, que aceitaram fazer uma troca diplomática. Os presos confessaram ser agentes secretos e foram deportados para a Rússia. Em troca, espiões a serviço dos EUA que estavam encarcerados no país europeu serão libertados.
No primeiro grupo estava a bela Anna Chapman. Aos 28 anos, com olhos verdes e cabelos ruivos, a mulher foi apelidada pela imprensa russa de "agente 90-60-90" (em alusão a suas medidas corporais) e, sem querer, deu fôlego a "Salt".

Roteiro do mundo real

Antes do lançamento do filme em Moscou no último domingo, Jolie manifestou interesse em ter Anna entre os convidados. A espiã não foi. Na verdade, sequer foi encontrada pela produção para receber o convite.
Mas o caso já havia dado ao filme do cineasta Philip Noyce (de longas de ação dos anos 1990 como "Jogos patrióticos" e "O santo") o empurrão tão desejado por seus produtores.
Resta saber se as coincidências bastarão para tornar o filme um sucesso mundo afora. A julgar pelas bilheterias dos EUA (onde estreou no último fim de semana e perdeu para “A origem”, com DiCaprio), "Salt" talvez precise de mais uma mãozinha do roteiro do mundo real para figurar na liderança.